Na próxima segunda-feira, 27 de outubro de 2008, o Fotoclube f/508 inaugurará a exposição de fotografia experimental Lab f/508. Com esta mostra, a Galeria Dulcina de Moraes acolhe o trabalho de cinco fotógrafos, dando continuidade a uma pauta de exploração da linguagem em termos materiais, técnicos e conceituais seguida pelo f/508. Numa época em que a fotografia digital predomina e a produção é marcada pela homogeneização/ previsibilidade dos resultados -como diz Arlindo Machado-, a fotografia experimental mostra-se um campo alternativo à massificação, seja pela escassez dos materiais ou pela ousadia dos fotógrafos em subvertê-los.
Aliando suportes variados e técnicas de outras mídias a proposta desta exposição é estabelecer um diálogo entre o arcaico e o contemporâneo. Com Memórias azuis, Janaína Miranda propõe uma reflexão sobre as contradições entre o uso documental da fotografia e sua potencialidade como suporte autônomo para a criação. A estratégia deste trabalho é dissimular a fotografia, permeada de subjetividade, e criar uma imagem capaz de ativar a memória.
Auto-retrato no quarto de hotel, de Nelson González Leal, põe a prova a conceituação do íntimo e reflete sobre o indivíduo frente à solidão e aos objetos que o rodeiam nesses momentos. Feita numa pensão de Belo Horizonte, em setembro de 2008, a obra conjuga o uso alternativo do sistema digital e a incorporação da técnica pinhole (no caso, “pinhole digital”), para lograr um resultado híbrido na obtenção da imagem final.
O imaginário de Alice, de Gabriela Freitas, é uma reinterpretação da história de Lewis Caroll (Alice no país das maravilhas). O mundo lúdico e fantástico que no livro é fruto da imaginação da personagem é representado por meio de imagens obtidas com processo cruzado de revelação. O resultado é um distanciamento ainda maior da realidade material e um convite claro a que o espectador entre no mundo imagético dos sonhos através da instalação que adquirirá vida na parede da galeria (com elementos que remetem à história).
Para fazer um zoom clandestino sobre o corpo, chega Humberto Lemos com seu Vua-iér. Cada imagem é um enigma que imprime nova direção ao estético e gera uma poética visual centrada na luminosidade. Inspirado pelas Raiografias de Man Ray, o fotograma digital lhe serve como suporte.
À sombra dos carrinhos em flor, de Francismar Ramírez Barreto, detém-se no quotidiano feminino. É um trabalho feito por camadas. Inicialmente “camadas técnicas” (dupla exposição com filme vélvia vencido). “Camadas temáticas” onde a sombra de um carrinho que transporta melancias tende-se como chão para um pedestre que se confunde com rostos de mulher; compõe o dorso de umas saias que perambulam; desenha tapetes para jovens universitárias que conversam, ou traçam as pernas de um par de moças que perpassam uma banca de revistas.
A Galeria Dulcina de Moraes –na qual as obras permanecerão até 14 de novembro de 2008- está situada no Conic, SDS Bloco C nº 30/64 - Brasília - DF. O horário de visitação é de segunda a sexta das 9h às 21h e sábado das 9h às 13h.
Mais informações: 3347.3985
e-mail: fotoclubef508@gmail.com
site: http://www.fotoclubef508.com/
blog da galeria: galeriadeartedulcina.blogspot.com
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
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